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A minha foto
Porto, Gondomar, Portugal
Duas faces voltadas para um rosto risonho e pequenino. O Sol do nosso dia a dia e a Lua dos nossos sonhos pela Noite.

sexta-feira, 30 de março de 2012

2012 Mais um final de mês e uma reflexão.

Eis mais um fecho de mês e com ele mais um conclusão óbvia: Este ano não está nada facil.
Nunca um inicio de ano me deixou tão sem reacção.
Os anos transactos não têm vindo a ser fáceis. Mas sempre arranjo uma maneira de reagir perante as adversidades e assim lá vou levando o ano mês a mês de vencido.
Mas este ano está a custar a engrenar.
Mais parece e um carro a gasóleo, por mais que sejamos insistentes para ele arrancar, ele de mês para mês custa mais a trabalhar.
E mesmo trabalhando começamos a ver um pouco de fumo pelo escape.

Não sei se é da "idade" do "carro" ou do "gasóleo" que lhe metemos.

Sei que chego ao final de um dia muito mais extenuado, com mais cerca de 20 a 30 quilómetros por dia e com a sensação que o carro continua a rolar em câmara lenta.

Dificil este ano, não?

E logo este sentimento e esta sensação para mim, que me considero optimista por natureza.

Só espero não deixar que isto afecte a minha vida familiar nem os meus.
Já para não falar da vertente profissional.

Rosalino

domingo, 18 de março de 2012

Ontem 17 Março 2012. Vinte e quatro meses de gravidez e adopção.

24 meses apôs o dia 17 de maio de 2010, continua  todo o processo no qual o T nos vai adoptando.
Dois anos que entraste por estas portas para iluminar com esse teu rosto bonito este lar, que também é o teu lar.
Será que te merecemos realmente, meu filho?

Chego ao final de mais este dia e não sei se o T merecia um Pai que disse-se menos "não".
E que soubesse como educar sem por vezes repreender.
Saber dizer-lhe que o amo muito, embora por vezes sinta que ele fica surpreendido com a minha intransigência.

Saber educar nos dias de hoje é cada vez mais difícil. E ser Pai ou Mãe é complicado.
Muito mais na educação que gostaríamos de dar ao T.
Pois parte da personalidade do T já vinha formada e ás vezes idealizamos aquilo que queríamos e não aquilo que ele é.

Esperamos saber ser bons Pais. E principalmente sabermos ser adoptados.
Por vezes não sei se estou á altura.

Rosalino

PS Meu filho Amamos-te imenso. Embora por vezes te tenhamos que dizer não... Sermos adoptados não é nada fácil.

terça-feira, 13 de março de 2012

Primeiro encontro 13 de Março. Dois anos se passaram

Já lá vão 2 anos. Mas a lembrança continua bem recente nas nossas cabeças.
Eram 9 am desse dia.
Duas fotos nas nossas mãos mostravam uma carinha onde um olhar nos dava a entender que apesar de não mostrarem muita alegria, faziam transparecer uma necessidade de muito carinho.
O encontro deveria ser por volta das 11 a m e a assistente e psicóloga tinham pedido que estivéssemos trinta minutos antes para conversarmos mais um pouco.
Junto daquelas duas fotos nas nossas mãos estavam também os nossos corações.
Já vinham a palpitar desde à uns dias quando olhávamos incessantemente para as fotos do T.
Mas a noite anterior ao dia 13 foi passada até altas horas da madrugada a conversar exclusivamente sobre aquela carinha bonita.

Depois de conversarmos com a psicóloga e a assistente, ficamos a saber que seria um encontro muito breve, para aquilatarem da reacção do T e se fosse necessário rever processos de integração. Existe sempre a possibilidade de haver uma reacção contraria da criança. E para isso, nós estávamos conscientes e ao mesmo tempo receosos.
Mas lá fui conseguindo passar à minha cara metade uma calma aparente, para que o T quando estivesse connosco não notasse isso mesmo.
Aliás a Rosa chegou a dizer que não sabia como é que eu conseguia estar assim tão calmo.
Mas para dizer a verdade até a mim me surpreendi.
Talvez fosse a minha racionalidade a pensar que seria mais benéfico para o encontro com o T, que ele sentisse que a única coisa que interessava era, o Amor que tínhamos para lhe dar.
Assim ás 11 lá fomos nós para uma salinha onde deveríamos esperar pelo dono da carinha que só conhecíamos pelas fotos.
Falamos com a psicóloga da instituição que acompanhava o T, com a terapeuta e lá ficamos nós à espera.
Do outro lado do vidro lá estavam as 2 psicólogas a assistente social e a terapeuta.
Bem tentamos ouvir os seus passinhos a chegar para podermos estar bem preparados. Mas o único som que nos chegou foi de alguém que o trouxe pela mão.
Entrou tímido com os olhinhos virados para o chão e envergonhado.
Quando eu e a Rosa nos ajoelhamos para ficar á altura dele, recebemos um abraço que  nunca mais esqueceremos,  foi tão apertado e sentido e para a vida toda. Pelos meus olhos quase saltaram uma lágrimas de alegria e de felicidade. Quase caia nessa altura a minha aparente calma que estava a tentar manter.
Na salinha estivemos 10 minutos, entre abraços meiguices e brincadeira.
Depois demos um breve passeio de 20 minutos pelo parque que tem em frente a instituição, sempre sob supervisão das psicólogas e assistente.
O T deixou de olhar para trás na direcção delas ao fim de 5 minutos.
Quando recordamos esse dia e esses breves 30 minutos, o que nos salta ao coração foi uma enorme alegria e Felicidade, por ver que o T  se entregou completamente nesse tão curto espaço de tempo.
As próprias psicólogas e assistente ficaram totalmente incrédulas com a reacção positiva de T.
E disseram que pelas primeiras impressões, iria bem mais fácil do que pensavam.
A nossa pior altura desse dia foi ter de levar o T de volta à instituição ao fim de tão pouco tempo.
Já nos parecia que estavam a arrancar algo dos nossos corações.
E para agudizar esse sentimento, foi ver o T a despedir-se de nós com um olhar de quem pede para que não o deixássemos ficar...
Até hoje as nossas maiores lembranças desse dia foram:
O T ter chegado cheio de vergonha e com o olhar fixo no chão, mas rapidamente mudar de atitude. O abraço enorme que nos deu. Os seus sorrisos e risos de alegria. E os olhos triste e chorosos na hora da despedida.
Nessa altura consegui limpar uma lágrima que me saltou sem ter hipótese de a deter.
Mas acho que ninguém reparou.... a não ser a minha cara metade.
Falta dizer que tudo isto aconteceu a uma sexta-feira e que foi o fim de semana mais longo da nossa vida. quando entrei no carro não contive as lágrimas, a pensar no que ele pensaria no fim de semana, doeu-me muito deixa-lo lá, mas o que me deixa com o coração cheio de alegria é que o nosso amor foi tão grande e profundo e na quarta-feira seguinte ficou por definitivo em nossa casa.

Rosalino

quarta-feira, 7 de março de 2012

Problemas na escola :s. Mais tarde ou mais cedo teriam de existir. Mas assim?...

O assunto já não é de agora. Aliás eu e a minha cara metade já desde o ano transacto, temos vindo a entender que ao nível do corpo docente e das auxiliares, que a escola que o T frequenta ia deixando a desejar.
1-São os horários de atendimento aos Pais que nunca podem ser discutidos, porque a professora responsavel já tem o horário muito preenchido. E são os Pais que têm de se adequar aos horarios. Mesmo sabendo que hoje em dia com as dificuldades que as empresas atravessam. Servem-se de tudo para ter motivos para despachar pessoal. E faltar a toda a hora não é muito benéfico...
2-São as constantes queixas de que os miúdos são muito irrequietos e que fazem asneiras, principalmente nos intervalos, a toda a hora, modo e feitio. E quantas vezes eu passo pela escola e vejo  só duas ou três auxiliares, a acompanharem as crianças. Embora estejam a maior parte do tempo em amena cavaqueira umas com as outras. Sem olharem para os miúdos...
3-Foi a  falta da professora do T e mais uma colega de profissão do jardim, que estiveram ausentes quase dois meses,  ficando as crianças a cargo das auxiliares. Sabendo nós que obrigatoriamente uma professora que esteja para além de um mês tem de ter substituta. E que as auxiliares não têm qualquer formação para ensinarem as crianças.
4-É porque o T tem um corpo bastante desenvolvido e na brincadeira com os colegas por vezes  magoa-os. E no entanto o T apesar da força que tem. Chega todos os dias com uma nova pisadura, seja num braço, numa perna ou então com um joelho raspado. E sempre dissemos ao T: nunca magoes os meninos nem batas. Simplesmente defende-te.
4-É porque qualquer coisa que aconteça agora o T já tem um rotulo e apanha sempre com as culpas. Seja ele ou não. Pois já aconteceu de alguém se magoar e depois acusarem o T sem ele sequer estar na escola.

Para além destes, existiriam mais exemplos para descrever. Mas cada vez mais as nossas duvidas se vão tornando certezas. E na ultima conversa com a educadora do T ficamos a saber que agora o T tem rotulo de asneirento.
Aí sim?...
Claro que desde o inicio contamos á educadora e ás auxiliares qual a real situação do T. E que seria preciso muita paciência para que ele se fosse acostumando, trabalhando e equilibrando a sua personalidade.
E que sabíamos que o T precisaria de tempo. Tanto é que pedimos para que ele ficasse mais um ano na pré, porque lhe faria muito bem ao nível do seu comportamento. O T até é bastante inteligente. Mas achamos que ele aproveitaria mais se estivesse um ano a educar-se.
O mais caricato é que a Mãe do T resolveu ( mais uma vez). falar com a educadora. E não é que ela própria acha que o T estando rotulado na escola o prejudica?...
Linda conclusão, não..?

Cada vez mais achamos que é preferível tirar o T deste estabelecimento escolar. Pois no futuro não saberemos o que lhe reservará, quando ele mudar para a primaria.
O T é nervoso, super asneirento, super distraído e com uma personalidade de quem sabe que agora tem quem o defenda e que pode deixar que essa sua personalidade transpareça e não seja jamais reprimida a tempo inteiro.
Já bastou quando esteve institucionalizado.
Mas o T tambem é: amoroso, meigo, beijoqueiro, inteligente, carinhoso com todos e especialmente com os mais pequenos.
Por isso:
Ficamos desolados. Porque sabemos que se o T tiver de mudar de escola. Irá sofrer mais um revês.
Pois o T é muito sujeito a este tipo de mudanças. Mas também não podemos deixar que ele fique num local onde as pessoas não lhe dão a educação e carinho que ele merece.
Queremos algo a mais para o T, em relação aos que os outros têm?
Não...
Queremos é que não sofra e não seja subjugado em relação aos outros.
Isso não admitimos.

Rosalino

PS Quando pensamos que fazemos a melhor opção ou que sabemos o que é melhor para o T. PUM.... Eis que a Vida mais uma vez nos ensina a não ter nada por garantido.
Agora vamos indo e vendo... Dia sim, dia não com conversas com a educadora.
P Um beijo enorme para ti meu filho. Que a esta horas estás na escola

sábado, 3 de março de 2012

Um gesto de Amizade. Obrigada Maria.


Este selinho de amizade comprova que muitas vezes o mundo virtualç dos blogues, muitas vezes se entre ajudam com as palavras que vamos deixando.
É assim que encaro as palavras do teu blogue Era1xeu , do qual não passa dia em que não dê uma espreitadela :)

Não tenho muito jeito para isto de selinhos. Mas cá vai um pouco da nossa historia a dois, em 7 pedacinhos.

1 Somos uma casal: Rosa e o Lino. 2 O blogue nasceu da necessidade dos dois de partilharem as "aventuras" e "desventuras" de um sonho. 3 Sonho cujo actor principal era um filho. 4 Os caminhos que para lá chegarmos não foram nada fáceis para os dois. 5 Apoiar-nos um no outro nas alturas mais difíceis. Foi a nossa salvação como casal. 6 Deus é uma ajuda á qual recorremos muitas vezes para nos ajudar nesta caminhada da adopção do T. 7 O nosso Sol em cada dia é o T. Com as suas birras e os seus mimos. Os seus carinhos e beijos e as suas asneiras que surgem a toda a hora.

Resolvi meter estes sete pedacinhos em nome dos dois. Porque partilhamos muitas vezes aqui as palavras. Embora gostasse de ver mais a minha cara metade a deixar aqui os seus poemas. Adoro ler quando ela tem tempo para escrever.

Agora como vou lendo muitos dos blogues e partilho das minhas ideias em muitos. Quem quiser que leve este bocadinho de amizade em forma de selinho.

Rosalino

quinta-feira, 1 de março de 2012

Recém-nascidos são «não pessoas» e podem ser mortos ( nunca esperei ler isto...)

Não, não e não... mais um artigo que nunca deveria ter sido escrito.
Não queria acreditar quando li esta noticia saída daqui, Journal of Medical Ethics, site directo para a original noticia.
Mas podem ler em transcrita e com opinião do TVI24, que retrata os varios comentarios negativos que  estes autores; Francesca Minerva, académica nas Universidades de Melboune e Oxford, e Alberto Giubilini, das universidades de Milão e Monash, em Melbourne receberam.

São daquelas noticias que julgamos nunca vir a ler. Mas que uma sociedade egoísta e que só se lembra do seu próprio umbigo, é capaz de pensar em tais actos.
Conclusão: qualquer dia podemos começar a pensar em matar seres humanos á nascença, desde que eles não sejam bem formados. E quem sabe num futuro destruidor e egocentrista, esse feto nos venha a afectar a nossa prazenteira vidinha.

Quando não esperava ver escritas mais atrocidades... eis que os homens são realmente de má indole e capazes de dizer coisas escabrosas como esta que lemos.
Não me vou alongar porque me revolta discutir absurdos abortivos. Muito mais quando a questão tem a ver com crianças...
Por vezes sinto asco em pertencer a uma sociedade que é capaz de pensar em fazer isto. Muito menos expressar num jornal de eticas medicas...

Rosalino
PS Este p s só tem reticencias...