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Porto, Gondomar, Portugal
Duas faces voltadas para um rosto risonho e pequenino. O Sol do nosso dia a dia e a Lua dos nossos sonhos pela Noite.

terça-feira, 13 de março de 2012

Primeiro encontro 13 de Março. Dois anos se passaram

Já lá vão 2 anos. Mas a lembrança continua bem recente nas nossas cabeças.
Eram 9 am desse dia.
Duas fotos nas nossas mãos mostravam uma carinha onde um olhar nos dava a entender que apesar de não mostrarem muita alegria, faziam transparecer uma necessidade de muito carinho.
O encontro deveria ser por volta das 11 a m e a assistente e psicóloga tinham pedido que estivéssemos trinta minutos antes para conversarmos mais um pouco.
Junto daquelas duas fotos nas nossas mãos estavam também os nossos corações.
Já vinham a palpitar desde à uns dias quando olhávamos incessantemente para as fotos do T.
Mas a noite anterior ao dia 13 foi passada até altas horas da madrugada a conversar exclusivamente sobre aquela carinha bonita.

Depois de conversarmos com a psicóloga e a assistente, ficamos a saber que seria um encontro muito breve, para aquilatarem da reacção do T e se fosse necessário rever processos de integração. Existe sempre a possibilidade de haver uma reacção contraria da criança. E para isso, nós estávamos conscientes e ao mesmo tempo receosos.
Mas lá fui conseguindo passar à minha cara metade uma calma aparente, para que o T quando estivesse connosco não notasse isso mesmo.
Aliás a Rosa chegou a dizer que não sabia como é que eu conseguia estar assim tão calmo.
Mas para dizer a verdade até a mim me surpreendi.
Talvez fosse a minha racionalidade a pensar que seria mais benéfico para o encontro com o T, que ele sentisse que a única coisa que interessava era, o Amor que tínhamos para lhe dar.
Assim ás 11 lá fomos nós para uma salinha onde deveríamos esperar pelo dono da carinha que só conhecíamos pelas fotos.
Falamos com a psicóloga da instituição que acompanhava o T, com a terapeuta e lá ficamos nós à espera.
Do outro lado do vidro lá estavam as 2 psicólogas a assistente social e a terapeuta.
Bem tentamos ouvir os seus passinhos a chegar para podermos estar bem preparados. Mas o único som que nos chegou foi de alguém que o trouxe pela mão.
Entrou tímido com os olhinhos virados para o chão e envergonhado.
Quando eu e a Rosa nos ajoelhamos para ficar á altura dele, recebemos um abraço que  nunca mais esqueceremos,  foi tão apertado e sentido e para a vida toda. Pelos meus olhos quase saltaram uma lágrimas de alegria e de felicidade. Quase caia nessa altura a minha aparente calma que estava a tentar manter.
Na salinha estivemos 10 minutos, entre abraços meiguices e brincadeira.
Depois demos um breve passeio de 20 minutos pelo parque que tem em frente a instituição, sempre sob supervisão das psicólogas e assistente.
O T deixou de olhar para trás na direcção delas ao fim de 5 minutos.
Quando recordamos esse dia e esses breves 30 minutos, o que nos salta ao coração foi uma enorme alegria e Felicidade, por ver que o T  se entregou completamente nesse tão curto espaço de tempo.
As próprias psicólogas e assistente ficaram totalmente incrédulas com a reacção positiva de T.
E disseram que pelas primeiras impressões, iria bem mais fácil do que pensavam.
A nossa pior altura desse dia foi ter de levar o T de volta à instituição ao fim de tão pouco tempo.
Já nos parecia que estavam a arrancar algo dos nossos corações.
E para agudizar esse sentimento, foi ver o T a despedir-se de nós com um olhar de quem pede para que não o deixássemos ficar...
Até hoje as nossas maiores lembranças desse dia foram:
O T ter chegado cheio de vergonha e com o olhar fixo no chão, mas rapidamente mudar de atitude. O abraço enorme que nos deu. Os seus sorrisos e risos de alegria. E os olhos triste e chorosos na hora da despedida.
Nessa altura consegui limpar uma lágrima que me saltou sem ter hipótese de a deter.
Mas acho que ninguém reparou.... a não ser a minha cara metade.
Falta dizer que tudo isto aconteceu a uma sexta-feira e que foi o fim de semana mais longo da nossa vida. quando entrei no carro não contive as lágrimas, a pensar no que ele pensaria no fim de semana, doeu-me muito deixa-lo lá, mas o que me deixa com o coração cheio de alegria é que o nosso amor foi tão grande e profundo e na quarta-feira seguinte ficou por definitivo em nossa casa.

Rosalino

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